Rio - Quase tudo na vida é uma questão de educação. Assim como a moda é comportamento, a educação é postura, é atitude. No dia a dia, então, a questão é sempre a mesma: educação. Em tudo e por tudo. Nas menores e nas maiores situações. A greve dos garis mostrou claramente que não temos nem nunca tivemos um comportamento adequado com o nosso próprio lixo. Quase todo mundo descarta o que acabou de usar sem prestar a menor atenção ao seu lixo, tipo ato reflexo, não quer mais, acabou, jogou fora. É muito raro ver alguém procurando uma lixeira, se preocupando em não sujar a rua, a praça, a cidade. O trânsito está engarrafado e o acostamento vazio?
O que faz o motorista mal-educado? Usa o acostamento. Como se este fosse parte da estrada, como se todos os outros motoristas fossem cegos e não tivessem percebido aquele espaço vazio. O sinal vai fechar? O trânsito está lento, o sinal fica amarelo, o sujeito reduz a velocidade para não fechar o cruzamento? Não. Ele acelera, mesmo sabendo que vai complicar mais ainda a situação já complicada. Quando tem fila para qualquer coisa a situação se repete, o sujeito ou a sujeita se esgueira, disfarça e de repente fura a fila, passa na frente dos outros, leva vantagem, chega primeiro. Isto vale para a fila do pão em padarias e até para a refeição em família. Quem nunca viu alguém se servir do último pedaço, sem a menor cerimônia?
No restaurante a quilo também é comum, você já deve ter visto, por exemplo, uma criatura ficar longos minutos pescando os camarões diante de um simples ensopadinho de chuchu? Quantas vezes um motorista que está calmamente esperando uma vaga enquanto alguém manobra e fica numa fração de segundos sem ela porque um outro motorista corta a frente dele e estaciona na vaga que ele aguardava? E o povo que não consegue respeitar a vaga dos deficientes físicos, claramente marcadas nos estacionamentos? E no elevador, mal a porta abre, a pessoa entra quase derrubando quem está pronto para sair? Se a criatura vai subir porque é que ela aperta os dois botões?
O que sobe e o que desce? Qual o sentido? Quantas pessoas ligam pro seu celular e fazem a pergunta óbvia? Está podendo falar? Quase nunca. De modo geral, a pessoa atende e a outra já despeja a história que ligou para contar, sem a menor cerimônia. Confirmar a presença pra quem fez um convite para um evento é outra coisa que se perdeu pelo caminho. Assim como pedir licença antes de passar, agradecer um favor ou um presente, dar bom dia, boa tarde, não colocar o cotovelo na mesa de refeição, não falar de boca cheia. A questão é sempre a mesma: falta de educação.
E-mail: comcerteza@odia.com.br