Por bferreira

Rio - O Ministério Público Federal reeditou em Campos o seminário promovido pelo DIA e pela FGV, realizado no Rio, onde foram debatidas questões da violência e destinação dos royalties do petróleo para as escolas do ensino público.

A violência e a qualidade do ensino têm sido pauta principal dos programas dos candidatos que disputarão as eleições de 2014. Dilma, filosofando e marcando seu discurso, disse: “Uma grande nação deve ser medida por aquilo que faz para as suas crianças e para seus adolescentes”, e não pela atividade econômica. O candidato Eduardo Campos (PSB) optou pela retórica das causas que explicam a violência.

Afirmou: “Sai mais barato custear um aluno nos EUA e Canadá por seis meses com passagem e hospedagem do que deixá-lo trancafiado na Febem.” Nilo Batista, ex-PDT, em narrativa crítica, sentenciou que “o projeto educacional no Brasil é construir presídios”. Em Campos, um dos conferencistas, procurador da República, ratificou que o município do Norte Fluminense é o que mais recebe royalties do petróleo, mas os indicadores de desempenho do ensino — Ideb — são desastrosos. E aí, Garotinho? Como se explica?

Diante de tantos temas ligados ao fracasso dos indicadores da Educação no país, decorrentes da falta de investimentos em tecnologias de ponta — como distribuição de pequenos computadores para professores e alunos, falta de acesso ao sistema de banda larga nas escolas, ensino em tempo integral e falta de investimentos de recursos focados para crianças e para os professores —, a nova Lei que destina 75% dos royalties para a Educação tem que ser priorizada. E deve se concentrar em investimentos em amplo pacote de alcance social multidisciplinar em todas as atividades do ensino público.

Estudos realizados pelo Sindicato dos Professores de Ensino Oficial do Estado de São Paulo fotografaram que mais de 40% dos professores da rede municipal sofreram algum tipo de violência. O alerta está dado sobre a gravidade da violência nas escolas.

No seminário do Rio, camuflando críticas a Pezão, Garotinho afirmou que “o computador é burro”, ironizando a distribuição dos “tabletes” para os alunos da rede pública na cidade de Piraí, a cuja cerimônia foi o então presidente Lula.

Fazendo contraponto com Lindbergh no seminário, Garotinho afirmou que os baixos indicadores na rede municipal de Campos são consequências das alianças que o PT fez com os antecessores de Rosinha. Garotinho confunde: não explica, se complica e se ‘trumbica’ quando a pauta é Educação para debate. Volto ao tema.

Wilson Diniz é economista e analista político

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