Rio - Esta semana entra em discussão no Congresso Nacional um tema caro a milhões de trabalhadores brasileiros. Projeto que vai acelerar as correções das alíquotas do Imposto de Renda sobre os salários deverá ser analisado pela Comissão de Constituição e Justiça da Câmara. Na semana passada, a presidenta Dilma Rousseff anunciou como um presente no Dia do Trabalho uma correção de 4,5% da tabela. O índice, no entanto, está muito longe de sequer assoprar as fortes mordidas do Leão, que há décadas impõem perdas aos trabalhadores. Desde 1996, para se ter uma ideia, a defasagem das correções do IR já atinge 62%. Ou seja, há uma massa expressiva do operariado, tanto do setor público como do privado, pagando muito mais do que deveria.
O anúncio da presidenta serviu, por isso, para trazer de novo à tona um problema que se arrasta há décadas: a pesada carga tributária sobre a massa salarial e a necessidade imperiosa de reforma. Durante a análise na comissão, os deputados terão a chance de começar a dar o primeiro passo rumo à correção dessa injustiça. Mas, às vésperas das eleições, está aí um tema que obrigatoriamente deve entrar na pauta de discussões dos candidatos. Não superficialmente, com direito a eternas promessas, como fizeram postulantes da oposição à Presidência em encontro de empresários na Bahia, na sexta-feira. Mas com profundidade e compromisso prioritário de governo.
O que não pode é perdurar essa política perversa de tributos que faz com que parcela esmagadora continue a pagar ao Fisco pelo que não deveria. Já passa da hora de se dar um basta à volúpia arrecadatória do governo em cima do suor dos trabalhadores. E, de quebra, de a União aprender a gastar menos e melhor.