Por bferreira

Rio - Enquanto as Nações Unidas e as grandes potências gastam — em vão — saliva com a Ucrânia, onde interesses econômicos claramente ditam o imbróglio, a África mais uma vez se vê diante de iminente tragédia. A desgraça da hora se passa na Nigéria, onde a milícia ultrafundamentalista Boko Haram desafia o governo, mata indiscriminadamente, saqueia vilarejos e sequestra meninas com o intuito de vendê-las como escravas. Ainda há tempo de evitar uma matança. Resta saber se existem vontade e esforços para tal.

Vinte anos atrás, o mundo custou a abrir os olhos para o que acontecia em Ruanda. Um insano conflito étnico matou quase um milhão de pessoas. A negligência se repete na Nigéria, pois uma guerra civil está eclodindo, e quase nada foi feito. Agora que se sequestraram crianças, soaram o alarme.

O caso das garotas é gravíssimo, assim como o são as motivações e as intenções do Boko Haram. O grupo se escora numa interpretação radical e sanguinária do Corão — que jamais prega a violência — para tentar transformar a Nigéria num Afeganistão-talibã. Se muitos já morreram, outros milhares poderão ser mortos, e aí será tarde demais para intervir.

Você pode gostar