Por felipe.martins

Rio - Toda greve precisa observar certos limites; do contrário, os transtornos impostos à população perigam virar balbúrdia, e o apoio da sociedade se esvai. Sem suporte popular, as reivindicações costumam ficar mais distantes de um acordo favorável aos demandantes. A paralisação dos rodoviários tem tomado rumos que não favorece os revoltosos. Os líderes do movimento se arriscam em ilegalidades: desrespeitam as regras mínimas para interromper um serviço básico e contam com piquetes violentos, quando o bom senso exigiria condená-los. Ainda agem rompidos com o sindicato, numa crise de representatividade que deixa os envolvidos — ou seja, toda a população — sem parâmetros.

Já o Magistério, ao negar-se participar de reunião de conciliação no Supremo, o órgão mais respeitado do país, permite que se enfraqueça a causa, pois surge a imagem da intransigência — num conflito de intermediação similar aos dos motoristas de ônibus.

Ambas as classes têm motivos de sobra para parar, e o carioca sabe disso. A dupla função nos ônibus é polêmica, e há muito o que avançar nos projetos pedagógicos na rede pública. Para que as causas tenham êxito, é preciso respeito às instituições e à população, que deve ser a única prejudicada. Greve jamais pode ser um salvo-contudo para pandemônio.

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