Por bferreira

Rio - O ex-deputado Jorge Picciani deu uma indiscutível demonstração de seu poder de mobilização política, suprapartidária, ao montar o mega-almoço de apoio ao senador Aécio Neves e ao governador Luís Fernando Pezão. Foi o fato político da semana passada, sob as bênçãos de Francisco Dornelles, a quem ele denominou de o mais importante senador do Brasil, sob os aplausos de Aécio.

Para quem acompanha a política, Picciani, além do prestígio, habilidade e ousadia, mostrou grandeza quando se referiu à presença discreta do ex-deputado e ex-presidente da Assembleia Gilberto Rodriguez, como seu mestre nos caminhos da política. A gratidão e o reconhecimento, raros na política, foram anotados pelos ali presentes, que conhecem os serviços prestados do veterano político tão justamente lembrado.

Outra marca do encontro a merecer uma observação foi a dimensão dos apoiantes presentes à chapa “do bom senso”, como se referiu o veterano Arolde de Oliveira, que formaram o verdadeiro arco da sociedade. Eram lideranças de todas as regiões do estado, a maioria esmagadora dos vereadores da capital, 31, as tendências políticas que iam da direita à esquerda, mostrando um modelo de frente ampla que pode vir a se repetir em outros estados.

O presidente Lula, que costuma acertar na política, ao que tudo indica errou no caso do Rio, rompendo um acordo natural. Com isso, abriu imenso espaço para o candidato da oposição, que é ‘meio fluminense’, pois aqui estudou e se formou e onde é o berço de seus dois filhos nascidos esta semana. E parece que em São Paulo Lula também não foi muito feliz na escolha do candidato, pagando ainda o preço do desgaste do prefeito que elegeu. Logo no plano nacional já não terá o peso previsto por todos.

As pesquisas já apontam o crescimento de ambos os candidatos da chapa, respaldados por efetivas realizações nos estados do Rio e Minas. Pezão, com o Arco Metropolitano, transforma a Baixada, assim como ao cobrar o Comperj e com o banho de asfalto que deu em São Gonçalo, conquistou a importante área daquela região, que tem mais de um milhão de eleitores. Aécio, com dois mandatos e o terceiro da continuidade, acertou na gestão e governou com ampla maioria nas bancadas e nos executivos municipais mineiros, sem discriminar aliados.

O Rio deve sair ganhando com o quadro político-partidário que reflete a independência da sua população politizada e antenada, que hoje busca preservar conquistas em sua qualidade de vida. Neste quadro, é de notar o desprendimento do ex-governador Sérgio Cabral, que abre espaços para ampliar a aliança em torno de Pezão, mas que deve acabar sendo o candidato natural ao Senado.

Aristóteles Drummond é jornalista

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