Por bferreira

Rio - Nos últimos dias observaram-se, nas grandes capitais, protestos contra a Copa do Mundo, que enfim começou. É natural e legítimo expressar desaprovação, desde que não se agrida o próximo ou se sabote a competição — como reiteradamente este espaço vem defendendo. Um episódio, porém, merece atenção das forças de segurança mobilizadas: um pequeno grupo, de 20 pessoas, conseguiu interromper vias na Ilha do Governador, prejudicando centenas de pessoas que desembarcavam no Tom Jobim e não conseguiram sair do terminal — fora os que precisavam chegar e perderam o voo.

Será esta a tônica das manifestações nesta Copa. Dificilmente se reunirão multidões como as que pararam as cidades há um ano. Mas, como observado nas últimas semanas, mesmo os protestos mais acanhados podem causar estragos e atropelar um direito básico ao exercício da cidadania: o de ir e vir.

As estratégias obrigam a polícia a repensar reações, dentro da civilidade e do respeito aos direitos humanos, para não prejudicar quem exerce o direito de não participar das disputas políticas em torno da Copa. Fechar acessos ao aeroporto é tão criminoso como travar a cidade no horário de pico da volta para casa. Já não se trata de saber manifestar-se para angariar apoio ou simpatias. É ter respeito com o trabalhador e com o visitante, além de obedecer à lei. O Brasil só tem a perder se o Mundial virar palco de balbúrdia que lesa a cidadania.

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