Rio - Dois episódios da semana ensejam uma reflexão sobre gentileza e ordem. A afabilidade decorre das palavras do cônsul chileno no Rio, a respeito da reação das autoridades à estúpida ação de torcedores conterrâneos no Maracanã, quarta-feira. Delicadeza, numa acepção mais ampla, também foi observada quinta-feira em São Paulo, quando mascarados mais uma vez deixaram rastro de destruição num protesto, sem que houvesse resistência policial.
Assim como é fundamental, segundo as cartilhas de direitos humanos, assegurar a liberdade de expressão e não atentar contra a integridade dos cidadãos, é imprescindível resguardar a paz. Torcedores coléricos sem ingresso derrubando áreas restritas do Maracanã para assistir ao espetáculo na caradura merecem punição por ter passado muito dos limites da civilidade. Assim como arruaceiros que, por causas justas ou baboseiras difusas, destroem lojas.
Os chilenos invasores ganharam o gentil prazo de 72 horas para deixar o país. Evidentemente, seria exagero defender extradição sumária dos penetras. Mas é prudente, para os próximos jogos, reforçar a guarda e reprimir novos espertalhões. Em São Paulo, observou-se mais uma vez falha na dosagem. A mesma polícia do governador Alckmin acusada de extrema truculência desta vez foi instada a ‘acompanhar’ o protesto de longe. Ausência de ordem e desrespeito à Lei são brechas para minar a democracia e o direito coletivo.