Rio - Comida sem sal perde o sabor. Vida sem fé, esperança e amor perde o valor. Já pensou sobre isso? Notar que um alimento insosso não dá prazer ao nosso paladar é fácil. Porém, nem sempre é tão simples identificar que nossa existência fica sem sentido sem que creiamos em Deus, tenhamos esperança e amemos.
É muito corriqueiro pensarmos que alguma coisa é mera coincidência ou que é fruto do nosso esforço pessoal, por exemplo. Complicado mesmo, para muitos, é acreditar que Deus existe. E que se importa conosco ao ponto de poder intervir na nossa vida, em nosso favor. Mas pode!
Sabia que entre nós, cristãos, existem muitos que, embora acreditem na existência de Deus e na salvação que Jesus nos trouxe, acham que o Senhor está no céu, indiferente aos homens e seus conflitos? É verdade, infelizmente. Mas, ora! Se fosse assim, por que Jesus teria se encarnado e vivido como nós, experimentando os problemas humanos e sendo solidário com absolutamente todos os que passaram por seu caminho? Para ascender ao céu e ficar indiferente para sempre, ao lado do Pai? Se Ele mesmo quis se fazer presente “todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,20), nos enviar o seu Espírito Santo e se oferecer nas espécies do pão e do vinho, diariamente, em cada missa? Não parece contraditório achar que Deus não se importa com o que nos acontece, mesmo sabendo de todas essas verdades? Pense!
Precisamos aprender a diferenciar o que é autoconfiança do que é autossuficiência. Isso faz toda a diferença para a vida na fé! É maravilhosa a autoconfiança, poder acreditar na nossa garra e força de vontade, porque, de fato, a nossa motivação é uma mola propulsora para a vida. Agora, para quem tem fé, ela não é determinante, porque quem crê faz tudo o que está ao seu alcance e da melhor forma possível, mas interiormente se coloca na dependência de Deus, na certeza de que ele concede as graças necessárias. Já a autossuficiência leva à confiança apenas em si próprio e a achar que nunca depende de ninguém, nem de Deus.
A vida na fé faz a própria existência se renovar. Por isso o Papa Francisco, na acolhida aos jovens da Jornada Mundial da Juventude, na Praia de Copacabana, em 25 de julho de 2013, nos pediu: “Bote fé”, e a vida terá um sabor novo, a vida terá uma bússola que indica a direção; “bote esperança”, e todos os seus dias serão iluminados, e o seu horizonte já não será escuro, mas luminoso; “bote amor”, e a sua existência será como uma casa construída sobre a rocha, o seu caminho será alegre, porque encontrará muitos amigos que caminham com você. “Bote fé”, “bote esperança”, “bote amor”!
Eu preciso ter a coragem de perceber que em muitas ocasiões eu deixo que a autoconfiança dê lugar à autossuficiência, que tira Deus do lugar que Ele deve ter na minha vida. Eu preciso querer depender de Deus, deixar que Ele seja o meu Senhor! Que reine, de fato, sobre mim! Por isso, fé, esperança e amor devem ser como o sal para o meu existir. E você, está disposto a se colocar nessa dependência de Deus? ‘Tamu junto’!