Rio - Em 2060, ou em uma geração, o Brasil terá quase 75 milhões de pessoas com 60 anos ou mais, o equivalente a um terço da população — prova inequívoca do envelhecimento dos habitantes. A notícia é esplêndida, pois está atrelada a qualidade de vida, saúde e infraestrutura. Mas traz demandas complexas, como já exposto neste espaço: questões previdenciárias, oferta de leitos hospitalares e de atendimento básico e desenvolvimento de atividades. Este último conjunto ganha especial relevância quando se observam os resultados de pesquisa do Instituto Gerp que O DIA publicou ontem: 75% dos entrevistados não pretendem isolar os anciãos da família em asilos. Afirmam que os manterão em casa.
O levantamento evidencia uma tradição e um preconceito: se o convívio ainda é forte, a desconfiança em relação a estabelecimentos de acolhida é maior — e não necessariamente significa uma realidade de maus-tratos permanentes e mandatórios. Mas joga para o poder público e para a iniciativa privada a incumbência de pensar cada vez mais em ocupar esse público. Servem empregos exclusivos à terceira idade e cursos de capacitação ou de lazer, como os já oferecidos pela Unati/Uerj — fora as políticas de habitação e acesso a crédito.
O debate, porém, não deve ficar apenas no campo das ideias. O envelhecimento é fenômeno percebido há décadas e tende a se acirrar. É preciso celeridade para garantir à terceira idade uma vida digna e proveitosa.