Por thiago.antunes

Rio - A Ficha Limpa, lei que impede candidaturas a postos no Legislativo e Executivo de condenados por improbidade e outros crimes, nasceu do clamor das ruas e anseio da sociedade. Em um Estado Democrático de Direito, se reverte de um dos importantes instrumentos de moralização na administração pública e na política brasileira. Mas é preciso que haja maior celeridade do Judiciário na sua aplicação e nas demais sanções legais no julgamento dos processos dos candidatos.

A pouco mais de dois meses das eleições, em todo o país, de 20 mil candidaturas até aqui analisadas pelo Tribunal Superior Eleitoral, TSE, 1.850 foram impugnadas por irregularidades, e espera-se que esse número aumente. É legítimo o amplo direito à defesa dos postulantes aos cargos políticos. Mas esse direito não pode ser salvo-conduto para que o processo se arraste por tanto tempo, tumultuando as eleições.

Morosidade que acaba atropelando o pleito, a posse e se perpetua posteriormente, não raro, pelo mandato dos políticos processados, como os casos de prefeitos eleitos de cidades fluminenses, que dois anos após ser empossados, convivem com a guerra de liminares do cassa e descassa.

Não bastasse a colcha de retalhos que se transformaram as alianças dos partidos, unindo ideologias opostas, apoios distintos nos planos regional e nacional e antigos adversários na mesma chapa — o que confunde ainda mais a cabeça do eleitorado — o mínimo que se exige é que os postulantes a cargos políticos estejam aptos à disputa nas eleições de outubro.

O eleitor e o país têm pressa na decisão dessas pendências para a promoção de eleições mais limpas e escolhas isentas nas urnas. No caso das impugnações e da aplicação da Ficha Limpa, se a Justiça Eleitoral tarda, ela falha. E muito.

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