Rio - A pós alguns adiamentos, a implantação das bandeiras tarifárias foi confirmada para janeiro, como O DIA mostrou ontem. Trata-se de ajustes mensais nas contas de luz dos consumidores residenciais de acordo com as condições de geração de energia no país. Dependendo do cenário, serão cobrados acréscimos de R$1,50 ou R$ 3 para cada 100 kWh no mês seguinte.
A medida traz mais clareza a uma cobrança que nos últimos meses suscitou dúvidas. A estiagem crônica, que afetou as hidrelétricas, levou o governo a usar mais as termelétricas, cujo custo é muito mais elevado. A diferença, porém, ainda não foi de todo repassada aos consumidores, o que deverá ficar para o fim do ano ou 2015, independentemente das bandeiras tarifárias.
Fato é que já não se pode garantir um céu de brigadeiro no que toca ao setor energético — e não só por causa das condições climáticas. Secas de fato terão peso grande nas bandeiras tarifárias, mas é preciso lembrar os reincidentes apagões, de maior ou menor intensidade, que trazem alguma desconfiança na parte da distribuição — e levantam a necessidade de mais investimento, o que consequentemente tem impacto na conta de luz.
É louvável que as tarifas fiquem mais claras, até para evitar sustos. É um bom passo. Mas isso não desarma as armadilhas da geração de energia, que merecem atenção, como redundância na oferta e segurança na distribuição.