Por bferreira

Rio - Os mosquitos biomodificados que a Fiocruz desenvolveu para o combate à dengue são a mais promissora arma contra a epidemia a ganhar as ruas. Como O DIA mostrou ontem, introduz-se uma bactéria numa população de Aedes aegypti, cuja reprodução cria gerações incapazes de transmitir doenças. Tubiacanga, na Ilha, foi o bairro escolhido para os primeiros testes. Tem tudo para ser uma grande vitória da ciência contra um inseto que indiretamente matou centenas nas últimas décadas no Município do Rio.

Por maior que fosse o esforço da população e das autoridades para conter a infestação do mosquito, cepas do vírus da dengue faziam estrago com relativa facilidade de tempos em tempos. Bastava um descuido num imóvel para que o quarteirão todo ficasse comprometido. Estratégias comuns, fumacês eram tão eficazes quanto inseticidas domésticos, e agentes de saúde não tinham o dom da onipresença — tampouco agilidade para eliminar focos em propriedades abandonadas, como terrenos baldios e piscinas maltratadas.

Como é praticamente impossível extirpar o Aedes, até pelas condições bioclimáticas, buscou-se forma de tirar sua letalidade. E a Fiocruz está de parabéns por ter insistido na estratégia e chegado a nova ‘espécie’ que pode varrer a dengue do estado. E não será preciso esperar décadas para observar queda nos registros: Tubiacanga já deve perceber índices positivos já no próximo verão.

A ação da Fiocruz merece aplausos também por barrar infestações de outros males, como a velha febre amarela e o Chykungunya, doença de nome estranho que, tal como um tipo novo de dengue, tem potencial para fazer estrago se chegar a grandes cidades. Com inteligência, estratégia e vontade, dobram-se quaisquer revezes. Que fique de exemplo para governantes, gestores e estudantes.

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