Rio - A mulher do político Eduardo Campos, morto há dois meses, encontra o presidenciável Aécio Neves e é fotografada sorrindo ao manifestar seu apoio ao candidato. Deixando de lado em quem vamos votar e em que partido acreditamos, ou se anularemos o voto. Analisando a cena imparcialmente. Qual o problema nela? Esqueça política. Estamos falando de uma situação. Não vejo nada de errado. Mas, minutos depois da divulgação da imagem, uma onda de ódio e comentários maldosos invade as redes sociais.
Cadê o bom senso? O que esses críticos esperam da vida? Peço licença ao meu fiel leitor para voltar a um tema que já abordei antes. Quer dizer que uma recém-viúva e seus filhos não podem mais sorrir? Terão que se fechar em dor para sempre para demonstrarem o luto? Cada um sente de uma forma. Não é preciso formar uma casca e jamais sorrir para estar sofrendo. Essa coisa (de algumas religiões) do açoite não pode ser o que se espera do humano, carregar uma culpa amarrada como bola de ferro presa nos pés à corrente. A família está viva, felizmente, e tem uma vida pela frente.
É muito sórdida essa análise. E isso não é só em período eleitoral. É sempre. Nos mais diferentes núcleos.
Continuo saindo em defesa do sorriso nas piores e mais diversas situações, até porque para uma pessoa de fé, de bem com a vida, ele vem à face nem que seja por educação. Você vai receber alguém na sua casa com a cara fechada? Não existe. Tal postura não demonstra que você é frio, não tem suas dores, seus ressentimentos, suas tragédias pessoais. Estar de mal com a vida é uma história. Estar devastado, porém ciente de que a vida continua, é outra.
Até quando vão permanecer vendo maldade em tudo? Não é para não enxergar o mal, não é isso. Ele existe, ou não haveria o bem. É enxergar por outro prisma, através de um olhar limpo, não disposto a julgar. Eu mesma muitas vezes sou maldosa. Mas deixe para ser maldoso quando simplesmente o for sem querer. Já era. Já fui maldoso, mas como posso rever essa posição? Nem tudo é podre, nem tudo tem uma coisa por trás, que precisa ser descoberta.
Menos julgamento e mais contemplação. Observar também traz grandes ensinamentos. Fora que a sua verdade não é a verdade do outro. Quanto menos atiramos a pedra, mais desarmados ficamos. E esse bem vem pra gente. Nós nos beneficiamos dele. E o outro nem se fala, pois deixou de ser vítima do seu veneno. Quando a maldade existe, você dá a corda e a pessoa mesmo se enforca, já diz o ditado.