Por felipe.martins

Rio - Luceus, do latim, nasceu em Antioquia, na Grécia, e estudou Medicina na Escola de Alexandria, no Egito.Inicialmente, exerceu a profissão a bordo dos navios que navegavam no Nilo, do Oriente Médio ao Mediterrâneo, razão por que, pela exigência do contato marítimo, falava seis idiomas.

Não conheceu Cristo.

Em constante contato com os discípulos de Jesus, abraçou a religião cristã no conturbado domínio romano.Embora os outros seguidores fossem pessoas de fé inabalável, eram humildes pescadores com reduzido índice cultural.Daí a orientação dada por São Lucas na sua obra (atos dos apóstolos) ter elevado peso canônico na Igreja, tanto nos tempos primordiais, como até hoje.Atualmente nós, médicos atuantes, precisamos de perspicácia e da liderança de São Lucas, pois assistimos os hospitais públicos sucateados e ineficientes.

A medicina de grupo e o seguro-saúde espoliam os médicos e oneram abusivamente os seus contribuintes, fazendo restrição aos idosos, ou aqueles que, por ironia do destino, estão atingidos por patologias de cronicidade.Os remédios, cada vez mais caros, inviabilizam os tratamentos prolongados e afetam brutalmente o poder aquisitivo dos que dele precisam.Será que temos de ir a milênios atrás, para a Farmácia de Galeno, que tratava os asmáticos com sangue de coruja misturado com vinho? O poder público curva a laboriosa classe médica com minguados honorários, razão por que a pesquisa e o avanço das tecnologias são brutalmente afetados na evolução.

O Papa Pio XII, em sua memorável encíclica (‘Rerum Novarum’) afirma que todo aquele que trabalha com lisura está em oração com o Senhor.Neste Dia do Médico, só nos resta orar com fervor a São Lucas, que interceda aos poderes divinos para uma melhoria da grave situação dos enfermos, e luzes aos profissionais em sua atividade curativa de amenizar a dor de sarar os que sofrem. É a honrosa missão a que foram destinados na sociedade hodierna.

José Maria Filgueiras é médico de família, tem 93 anos e clinicou até 2012

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