Por bferreira

Rio - O resgate de um bandido durante a madrugada de um hospital de Niterói por 15 homens armados mostra o despreparo das forças de segurança para tratar de questão que, para qualquer polícia, não deveria ser problemática: a custódia de um criminoso, mesmo que, no caso, fosse um líder de uma quadrilha.

Afinal, se o bandido havia sido transferido de um hospital do Rio de Janeiro, próximo à favela onde ele atuava, porque havia risco de uma tentativa de resgate, parece óbvio que o esquema de segurança deveria ser à altura da periculosidade do bandido e capaz de evitar o resgate. Não foi o que se verificou.

O caso deve ser analisado ainda pelo perigo a que foram expostos médicos, funcionários e pacientes. Foram momentos de tensão que, felizmente, não terminaram em coisa pior, pois, em situações como essas, sempre existe o risco de confronto. E as consequências poderiam ser muito maiores do que a já grave fuga de um bandido perigoso, capturado em confronto com a polícia. É preciso, portanto, que o caso sirva de exemplo. Certamente, a melhor solução não é levar criminosos para unidades abertas a pacientes em geral, que passam a correr risco de ataques pelo poder de fogo das facções a que esses bandidos estão ligados. Eles devem ir para unidades especiais, preparadas para atendê-los do ponto de vista clínico, mas com esquema de segurança compatível, como os hospitais do sistema penitenciário.

O poder e ousadia das quadrilhas que aterrorizam a população do Rio de Janeiro devem ser sempre levados em conta em qualquer tipo de custódia de seus membros. É preciso que todos os cuidados sejam tomados para evitar tanto uma possível fuga como expor a população. Que o caso de Niterói inspire as forças de segurança a se preparar melhor da próxima vez.

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