Por bferreira

Rio - As recentes demonstrações de afronta do crime organizado ao resgatar em hospital bandido sob custódia, em Niterói, abrir caminho sob armas à invasão de um conjunto habitacional do programa Minha Casa Minha Vida, no subúrbio do Rio, e espancar um jornalista em comunidade com UPP, no Alemão, merecem pronta resposta da cúpula de Segurança do Rio. Os nefastos episódios aconteceram quase que simultaneamente e deixam a população acuada, passando de novo a sensação de insegurança e de uma cidade sem lei. Por isso, é preciso empenho da polícia fluminense na investigação de cada caso separadamente para identificar e trancafiar todos os facínoras.

É inaceitável que em uma cidade onde se investem vultosas verbas na proteção aos seus cidadãos, com a duplicação de contingentes das tropas militares, ampliação das Unidades de Polícia Pacificadora etc, se permita, por exemplo, que um criminoso de alta periculosidade seja escoltado por apenas um agente para receber socorros em unidade de saúde pública. É inadmissível, também, que uma horda de traficantes imponha seu poder paralelo pelo terror e, em plena luz do dia, ostentado fuzis, se aposse de um conjunto habitacional inteiro do programa do governo federal, destinado a 240 famílias que esperavam receber as chaves nos próximos dias em Guadalupe.

Da mesma forma, é injustificável que bandidos, em áreas ditas 'pacificadas', continuem a dar as cartas, impondo medo aos moradores e cerceando direitos constitucionais, como no caso do repórter do site G1. O profissional fazia cobertura sobre invasões a prédios próximo ao acesso ao Complexo do Alemão, com UPP, e acabou capturado e agredido covardemente por grupo de celerados, num grave golpe à liberdade de imprensa.

Não há como negar os avanços conquistados na área de segurança nos últimos anos. Mas os ataques recentes deixam escancarado o tamanho do desafio pela frente do governo estadual no combate ao crime organizado. Mostram que a batalha está longe do fim e que o Rio não pode baixar a guarda. Para cada ação do tráfico, uma reação à altura das forças do Estado, dentro dos limites da lei.

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