Por bferreira
Rio - É empolgante quando nos damos conta de que a segurança pública e os livros, apesar de parecerem temas tão distantes, podem andar tão juntos, de forma concreta e produzindo resultados reais. Para começar, a maioria dos grandes bandidos foram um dia crianças com 10, 11 anos, que antes de pegarem em armas poderiam ser trabalhadas no sentido de se tornarem cidadãos conscientes. Livros poderiam, por exemplo, ter feito parte dessa realidade, desse contexto, e exercerem o papel de despertar o desejo de ser um empreendedor, ao invés de entrar para o mundo do crime.
A história mostra que quando estratégias criativas usando os livros são aplicadas nos primeiros anos de vida, naqueles quando a inocência ainda faz parte do indivíduo e ele está pronto para receber informações e dicas de como construir sua vida, não apenas novos leitores são criados, mas são formados cidadãos mais conscientes do seu papel no mundo que vivem. Neste sentido, a Biblioteca Parque é um grande avanço, mas torcemos para que seja replicada em áreas ocupadas por UPPs, criando um ambiente propício a construção de novas gerações mais antenadas com ideais de avanço social.
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Livros (os bons) são como sementes que podem gerar frutos interessantes e precisam ser cada vez mais popularizados. Existe muita literatura que gera criatividade, que cria aquela sensação de “desejo por agir”, não apenas numa linguagem chata, mas adequada aos primeiros anos de vida. Um detalhe importante que é mais uma oportunidade de expandir as ações no segmento, é o custo cada vez mais baixo do incentivo à leitura. Comparado aos gastos que o governo terá com pessoas que saem por ai sem senso, com atos inconsequentes, o custo é baixo demais.
A solução para formar gerações conscientes de seu papel na sociedade geralmente não vem de ideias mirabolantes nem parte de super-heróis. Não vivemos num filme de Hollyood. Estamos num mundo real e resultados vêm de ações pensadas, planejadas e executadas com profissionalismo. Neste contexto, os livros — sejam os digitais ou impressos — são sim uma das grandes soluções.
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Criar um exército de gente bem informada, que goste de pensar, só traz resultados positivos, contribuindo para uma sociedade consciente e mais justa.
Rommel Cardozo é presidente do Movimento O Rio pela Paz
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