O SUS tem função social que precisa ser priorizada. É essencial humanizar o atendimento, com bons modelos
Por bferreira
Rio - O governo investe milhões no SUS. Com a gestão da saúde descentralizada, a rede pública conta, ainda, com investimentos de estados e municípios para a gestão de bens e serviços. É evidente que não alcançamos o patamar ideal, precisamos continuar avançando na assistência e na capacitação dos profissionais, em busca da eficiência administrativa e da excelência no atendimento. Afinal, são 200 milhões de brasileiros que recorrem ao SUS — 75% dependem exclusivamente da rede pública.
Normalmente é na questão financeira que se concentram os estudos relacionados à qualidade da saúde pública no país, equivocadamente. A complexidade do sistema exige que a preocupação ultrapasse a disponibilidade de verbas e se volte para a necessidade de gestão eficaz, capaz de extinguir o desperdício e, com mais rigor, desvios de verbas.
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Assim como qualquer outra organização, uma unidade de saúde necessita de plano de gestão sólido, que exige planejamento, estudos, pesquisas e a composição de quadro técnico experiente. Significa que gestores precisam estar atentos ao dia a dia, mas qualificados para estruturar as melhorias a médio e longo prazos, investindo nos pontos críticos, com responsabilidade.
Os profissionais têm que estar motivados por planos de cargos e salários, além de benefícios por meritocracia. É preciso capacitar, estimular o uso de tecnologias, modernizar o atendimento, acompanhando os avanços da medicina.
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Diferentemente de outras organizações, o SUS tem função social que precisa ser priorizada. É essencial humanizar o atendimento, observando bons modelos dentro e fora do Brasil, para que os cidadãos sejam tratados com a dignidade que lhes é direito. Para fazer o serviço de saúde evoluir sem a injeção de verbas mais significativas é necessário gestão eficiente. Transparência e responsabilidade na aplicação dos recursos, valorização das pessoas em conjunto com fiscalização rígida dos órgãos competentes.
O Brasil possui instituições sérias, capazes de estruturar e administrar unidades públicas de saúde. Organizações que podem auxiliar o poder público visando sempre ao aperfeiçoamento e desenvolvimento contínuo de serviços essenciais para o bem-estar de todos.
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Leslie Aloan é cardiologista e presidente do Inase