Por bferreira
Rio - A delação premiada de Paulo Roberto Costa, um dos protagonistas do escândalo do Petrolão, enrubesce boa parte do cacicado de Brasília. Ainda que se ressalve ser imprescindível confirmar cada dado revelado pelo ex-diretor da Petrobras, a lista dos 28 políticos inseridos no esquema assusta. Se avalizada pela Polícia Federal e pelo Ministério Público, confirmará o quão enraizada a podridão está no poder público.
Sobressaem neste rol os nomes de Renan Calheiros e Henrique Eduardo Alves, respectivamente presidentes do Senado e da Câmara dos Deputados na legislatura que se encerra. Citam-se ainda ex-governadores, como Sérgio Cabral e Roseana Sarney, e parlamentares de diferentes partidos e plumagens, uns reeleitos (e com foro privilegiado), outros derrotados nas eleições — que teriam incentivado a grande máquina dos subornos, desvios e caixas dois.
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Mais uma vez, é prudente segurar paixões e ímpetos a fim de que não se culpem inocentes por prematuridade. Mas as informações tornam difícil refutar a tese de que a corrupção é uma metástase em Brasília, a regra que move uma nefasta roda, a cartilha velada a que todos os políticos têm de obedecer.
Este espaço reiteradamente clama por mudanças saneantes na política e no esquema canceroso que dita cada passo neste país. Agora que se deram nomes aos bois e se entendeu como se abate o Erário, talvez se tenham as ferramentas para enfim salvar o Brasil dessa sanha de interesses e dinheiro.