Por bferreira
Rio - Um historiador inglês teorizou que “nada mais injusto do que julgar homens do passado pelas ideias do presente”. Afirmou: “Devemos sempre consultar os coevos para examinar a opinião da época.” Na política, quando não consultamos os registros dos valores do passado, cometeremos erros nas nossas comparações.
No Rio, comparar o ex-prefeito Cesar Maia com Eduardo Paes pode levar alguns analistas políticos a cometer injustiças. Eduardo é o clone mais bem-sucedido de experiência em laboratório da política criado por um governante de centro-direita nascido no berço do brizolismo.
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Cesar, em fase final de careira, descansa na ‘bacia das almas’, depois que idealizou o elefante-branco da Cidade da Música e implantou a aprovação automática. É agraciado pelo governador Pezão como sobrevida e recompensa de seus serviços prestados à cidade.
Eduardo, ao contrário do criador, faz do Rio uma ‘usina de obras’, ancorando o governador Pezão nos próximos dois anos, no momento em que os indicadores macroeconômicos sinalizam crise internacional, com queda do preço do barril do petróleo (U$ 60) e de impacto na redução das receitas dos royalties.
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São R$ 35 bilhões de investimentos nos próximos dois anos em parceria entre prefeitura, estado e iniciativa privada. Cinco obras — metrô para a Barra (R$ 8,79 bilhões), Vila Olímpica (R$ 2,9 bilhões), Parque Olímpico (R$ 2,2 bilhões), Rocinha (R$ 1, 6 bilhão) e Porto Maravilha (R$ 4,2 bilhões) — totalizam mais de R$ 20 bilhões em infraestrutura, que reduzirão os efeitos da crise na economia na cidade, sustentando os indicadores de emprego e renda.
A prefeitura, com isso, abre espaço para o governador Pezão redirecionar prioridades de investimento para Baixada e São Gonçalo, onde a população mais pobre é carente de investimentos em educação e transportes.
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O ‘Efeito Eduardo’ de diminuição dos impactos da crise com a redução de arrecadação cria ambiente de oportunidades para Pezão, em 2015 e 2016, unir a Baixada à cidade do Rio, formando um grande corredor de empreendimentos para redução das desigualdades.
Somando a Baixada e São Gonçalo às 97 zonas eleitorais que deram mais de 2 milhões de votos ao Eduardo na eleição de 2012, temos um candidato imbatível ao governo do estado em 2018 apoiado pelo governador Pezão. Teorizo e consultei os coevos.
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Wilson Diniz é economista e analista político