Por adriano.araujo, adriano.araujo
Rio - A composição de um ministério de Estado obedece mais a critérios políticos do que a técnicos. Embora a expertise seja fundamental nessa etapa, as diferentes partes da coalizão demonstram aí sua força — até porque, sem alianças, tanto no Executivo quanto no Legislativo, o país corre o risco de ficar ingovernável.
Sob esta ressalva deve-se analisar o ministério do segundo mandato da presidenta Dilma Rousseff, que está sendo anunciado aos poucos. A primeira leva, encabeçada por Joaquim Levy, na Fazenda, agradou. A segunda lista, solta esta semana, contudo, gerou grita até na dita ‘base aliada’. Choveram impropérios, citando “fisiologismos”, “toma lá, dá cá” e até “chantagens baratas”. Dilma tem até quarta-feira para fechar toda a equipe.
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Algumas escolhas, de fato, suscitam desconfiança e dão margem para o discurso do loteamento político. Não é inoportuno perguntar se houve debate acerca dos nomes, ou se estes foram aceitos sem resistência, como se fosse o espólio da vitória, algo inerente, como a conta a pagar.
Condenar o ministério à forca antes mesmo da posse, contudo, é exagerar na má vontade. Um governo é composto, sim, por nomes, mas se institui por ações. É esse crédito que precisa ser dado. Mas, dados os desafios que 2015 reserva, os escolhidos de Dilma terão de comprovar seu valor. Do contrário, ficarão sob a poeira das críticas.