Tirar de vez de circulação os criminosos do volante é necessidade imperiosa. A vida agradece
Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - As blitzes da Lei Seca serão estendidas neste Réveillon para o interior do Estado do Rio. Para um estado que, segundo levantamento recente, contabilizou redução de 35% de óbitos por acidentes de trânsito desde que a nova norma passou a valer, em 2008, a medida faz todo o sentido e é muito bem-vinda. Contudo, muito mais mortes poderiam ser evitadas houvesse punição mais dura aos infratores. Não basta a apreensão de veículos e condutores nas blitzes do bafômetro se, após o pagamento de taxas de reboque, estacionamento, multa e fiança, estes estarão livres para cometer os mesmos delitos e pôr em risco as suas vidas e a de terceiros.
Enquanto a Lei Seca flagra e apreende, brechas jurídicas libertam motoristas que teimam em usar a fórmula explosiva da mistura de direção e álcool, como no caso do cantor sertanejo Renner, da dupla Rick e Renner. Fosse a lei pouco mais rigorosa, Renner, flagrado e preso embriagado ao volante de uma BMW, após atropelar e matar um casal em uma motocicleta em 2001, em São Paulo, não estaria livre agora nas ruas para dirigir alcoolizado e fazer nova vítima na última sexta-feira, no mesmo estado. De novo, o cantor pagou fiança e foi solto.
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A Lei Seca é uma conquista da sociedade e é fundamental que seja ampliada no estado e em todo o país. Mas é preciso dar um basta ao inaceitável prende-solta, sustentado por um arcaico Código Penal. Já passa da hora de a legislação ser endurecida. Tirar de vez de circulação os criminosos do volante é necessidade imperiosa. A vida agradece.