Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Para quem ainda tinha dúvidas sobre medidas amargas que seriam anunciadas pela presidenta Dilma para promover o ajuste fiscal e salvar a economia do desastre em seu segundo mandato, elas foram dissipadas esta semana. Pacote de medidas de austeridade, anunciado antes da posse de ontem, na segunda-feira, não acabou com nenhum benefício social, entre eles pensão por morte, auxílio-doença, seguro-desemprego e abono salarial. Mas criou mecanismos mais rigorosos e dilatou prazos, o que tornará a concessão muito mais difícil. Em suma, quem depender de algum desses auxílios terá que esperar muito mais tempo ou receber menos, no caso de pensão. Com essa delonga, o governo espera economizar cerca de R$ 18 bilhões por ano, o que é uma ótima notícia para o déficit histórico das contas públicas. A má notícia é que a conta a pagar recaia mais uma vez sobre os trabalhadores.
O endurecimento no acesso a benefícios a milhões de brasileiros é apenas o começo. Sinaliza um Ano Novo de aperto no cinto nas despesas públicas. Mais pacotes amargos vêm por aí, sob os auspícios da nova equipe econômica, afinada à linha-dura de cortes nos gastos.
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O que se espera é que a cota de sacrifício inclua também o sistema bancário, que continua a cobrar juros escorchantes, os planos de saúde, que atendem quando e como melhor lhes convêm, sobretudo idosos, e a própria gastança do governo para manter o seu numeroso ministério. O que não dá é a corda estourar sempre do lado mais frágil, o trabalhador.