Por thiago.antunes
Rio - Todos os dias, somos bombardeados por anúncios incríveis “que não podemos perder”: é o comercial da novela que anuncia uma super-TV; o e-mail-marketing da loja que tem, “só hoje”, descontos especialmente para você; e o amigo que comprou um produto fora de série, devidamente postado nas redes sociais, e do qual não é mais possível viver sem.
Fora os bens de consumo que precisam de um pouco mais de planejamento para serem conquistados: trocar o carro, comprar a tão sonhada casa própria ou uma viagem internacional que você espera há anos. Com essa infinidade de tentações, é normal que as pessoas acabem gastando mais do que deviam ou mesmo tinham para gastar, contraindo dívidas com despesas que poderiam ser evitadas.
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Mesmo diante do excesso de propagandas incentivando o consumismo, quem traça como meta a aquisição de um objeto que queira muito consegue poupar uma parte da renda mensal para concretizá-la. Afinal, a vontade de materializar o desejo acaba sendo disciplinadora na hora de poupar.
Agora, quando o indivíduo tem que reduzir o consumo imediato por causa da aposentadoria, encara isso como uma perda no poder de compra no presente, ao invés de um ganho no futuro. Afinal, é duro pensar que, ao invés de poupar para uma viagem à Europa ou a compra de uma casa melhor, é preciso pensar na mensalidade estratosférica do plano de saúde. Fora as outras despesas nada inspiradoras, como luz, água, telefone e compras de supermercado.
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Negligenciar esse futuro, no entanto, é acreditar na ilusão de que a necessidade de economizar não é real ou que alguma força superior resolverá o problema sem que haja custo pessoal algum para o indivíduo.
Um erro grave, pois a aposentadoria chega para todos, e haverá um tempo em que não será possível garantir uma renda condizente com o atual padrão de vida através do trabalho. Ou o indivíduo monta seu pé de meia, ou então desiste da aposentadoria e vai ter que trabalhar até muito mais tarde.
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André Guedes é diretor-presidente do Serpros
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