Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - Convém estar bastante atento ao que acontecerá em Brasília amanhã. É a posse de mais uma legislatura na Câmara dos Deputados e no Senado — o mesmo ocorre nas assembleias estaduais. Primeiro, deve-se enaltecer o fato de parlamentares comparecerem em peso ao trabalho num domingo, num país cujo Congresso tem expediente de três dias, na prática. Ironias à parte, a sessão deste 1º de fevereiro tem, sim, grande importância para todos os brasileiros. Sairão dela os presidentes das duas casas legislativas.
Mais que liturgia ou prestígios, comandar Câmara e Senado confere poderes que interessam à nação. Os excelentíssimos que se sentam no meio da Mesa Diretora, referência para quase 600 parlamentares, ditam o andamento dos trabalhos e têm grande influência sobre os temas em pauta. Deles saem a decisão, por exemplo, da instalação de Comissões de Inquérito, tão vitais para a democracia, e de pedido de impeachment do Executivo.
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Não à toa os ânimos nas duas casas estão acirrados, com muita campanha nos bastidores. Os nobres congressistas já não se atêm à tradição de que o partido mais bem votado tem a preferência tácita de indicar — e levar — a Presidência. É do jogo.
O que não pode, porém, é o processo se desviar do debate de ideias e da construção do equilíbrio de poder na República, como se espera de qualquer democracia, e virar um saco de promessas ou chantagens, mazelas tão comuns em outras legislaturas. Que se vote amanhã, portanto, com convicções e respeito, não com interesses escusos.
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