Por felipe.martins, felipe.martins
Rio - A mídia e a oposição vivem a pregar a moralidade. Entretanto, com sua ajuda, no meio de toda essa indignação com o Parlamento, a Câmara dos Deputados pariu um mostro quando elegeu para a sua Presidência o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), símbolo do fisiologismo, conhecido como o maior lobista no Congresso, que gastou para se eleger, nesta legislatura, infinitamente mais do que vai ganhar durante o mandato.
Cunha consta da Lista de Furnas, denúncia comprovada contra 150 pessoas, entre juízes e parlamentares, por receber propina do setor elétrico. Só o procurador da República, a mídia e a oposição de direita e a esquerda xenófoba não veem.
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Creio que, para a sociedade, um oposicionista sério para presidir a Câmara seria razoável, mas não é o caso de Cunha. O eleito é a versão piorada de Severino Cavalcante. Em 2005 o progressista renunciou para não ser cassado. Era contrário à prática do aborto e à causa gay. Já se colocou em várias ocasiões, quando presidente, como o representante dos católicos no Congresso, talvez para obter os votos dessa parcela da população brasileira. Também defendia constantemente o aumento nos salários dos parlamentares. Severino, nepotista convicto, cunhou a frase: “Se tivesse mais filhos, nomearia todos eles.”
. Se o progressista, com sua prática abominável, visava prioritariamente a servir à própria família, o peemedebista se elegeu — apesar de agora estar negando isso — com a promessa de botar em pauta o impeachment da presidenta, atendendo a golpistas que apostam na derrocada da democracia brasileira. O governo tem de botar as barbas de molho!

Emanuel Cancella é diretor do Sindipetro-RJ
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