Rio - Primeiro Bem Imaterial tombado na cidade, em 2004, e uma de suas instituições mais queridas, a Banda de Ipanema celebra neste fim de semana seus 50 anos de fundação. A efeméride foi festejada na sexta-feira, e ontem milhares de foliões seguiram os músicos em mais um desfile oficial — haverá outro, nesta Terça-Feira Gorda. Todas as loas à agremiação são mais do que justas: muito do sucesso do Carnaval do Rio se deve ao grupo fundado em 1965 por Albino Pinheiro.
A banda faz parte do panteão de agremiações onde brilham os também icônicos Cordão da Bola Preta e Cacique de Ramos. Estes, mais longevos, sustentavam a festa popular no Centro. Há 50 anos, portanto, espraiava-se a alegria democrática pela Zona Sul, mérito do grupo de Pinheiro, encantado com o que viu em Ubá, em Minas Gerais.
Outro marco da Banda foi manter o desfile a despeito da ditadura — e aí cabe lembrar sempre a anedota do “Yolhesman Crisbeles” e do “Tytche Rânin”, termos sem significado algum, como Jaguar lembrou ontem no DIA, mas que incomodavam os militares. Nada que cessasse a alegria, que juntou durante anos os cariocas mais proeminentes.
A banda merece palmas por jamais esmorecer, nem na morte de Pixinguinha, em 1973, quando tornou-se regra homenageá-lo com ‘Carinhoso’. Os anos passaram, e a alvirrubra sempre desfilou, marcando o Carnaval. Serviu de inspiração a tantos outros blocos — Barbas e Simpatia são desta primeira geração de herdeiros. Hoje, há muito mais, e o Rio pode se orgulhar de oferecer uma festa plural, nos seus quatro cantos, com alegria e tradição.