Por felipe.martins

Rio - As celebrações dos 450 anos de fundação do Rio são excelente oportunidade para os cariocas redescobrirem sua história, na imensa maioria das vezes esquecida nos bancos escolares das séries fundamentais. A efeméride não só resgata passagens cruciais, como também desperta a curiosidade sobre detalhes pitorescos e sobre o modo de vida de tempos idos. Na semana em que finalmente se chega à data maior, porém, é pena que a cidade não possa contar com o seu museu dedicado à trajetória da metrópole, como O DIA mostrou no último domingo.

O Museu da Cidade fica numa das partes mais altas do parque homônimo, incrustado entre a Rocinha e a Gávea, há décadas um refúgio para moradores e visitantes. Está fechado desde 2011, quando começou uma obra que não ficará pronta antes do ano que vem. Serão, portanto, cinco anos sem acesso ao rico e encantador acervo do espaço, como o trono de Dom João.

A prefeitura atribui o atraso a complexidades no manejo do casarão histórico, o que não deixa de ser um argumento válido. Mas é uma decepção que, dentro do conjunto de museus cariocas, se soma a outras, como o fechamento no início do ano do Nacional da Quinta da Boa Vista, em São Cristóvão. Lá, a falta de verbas até para serviços de limpeza levara a direção à decisão extrema de suspender a visitação. Onze dias depois, após acerto com a União, o espaço foi reaberto. Mas ficou o susto.

O Rio passa por amplas transformações que, nestes 450 anos, projetam um futuro brilhante. Todos devem aplaudir este momento. Decerto que há prioridades, mas o passado merece um pouco mais de carinho. Nunca é tarde para valorizá-lo.

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