Por adriano.araujo

Rio - Há 450 anos, ela tem o poder de arrebatar paixões. Desde que nasceu, aos pés do Morro Cara de Cão, a cidade de São Sebastião do Rio de Janeiro inspira declarações de amor de moradores e visitantes. O que, afinal, provoca tanta atração e a faz tão especial?

A beleza é certamente um dos seus atributos: a combinação perfeita de mar e montanha, a diversidade da natureza, suas curvas e cores — tudo contribui para a silhueta irresistível que parece não envelhecer.

O Rio, porém, é mais do que paisagens e praias famosas internacionalmente. O seu encanto é múltiplo e se espalha por todo canto: a prosa fácil nas calçadas, o batuque das rodas de samba do subúrbio, o futebol-arte do Maracanã ou das peladas na favela, as festas na laje das comunidades, os encontros casuais em botequins e esquinas.

Outro diferencial é a sua vocação para brilhar, ser palco de onde tudo acontece e todos querem estar. O Rio já foi muitos e se prepara para ser mais: capital da Colônia, sede do Reino Português, capital do Império, capital da República, Cidade-Estado, Cidade Olímpica.

Mas a transição entre os muitos papéis nem sempre foi fácil. A transferência da capital federal para Brasília em 1960 tirou o Rio do centro do poder. Lamentando um passado que não voltaria, parou de seguir em frente e mergulhou num período de degradação.

Situação que, nos últimos anos, começou a mudar. O Rio avançou, reinventou-se. Além de se modernizar, percebeu que era preciso recuperar sua história, valorizar seus subúrbios, suas áreas centrais. Da Zona Norte à Zona Oeste, do Porto às favelas, muitas obras de infraestrutura, mobilidade, Saúde e Educação têm transformado a realidade de áreas nem sempre lembradas no passado e onde justamente a cidade surgiu e cunhou sua identidade carioca.

Se, aos 450 anos, já não é mais capital política do Brasil, o Rio passou a ser o centro dos principais eventos do planeta. Sede da Copa do Mundo e dos Jogos Olímpicos, Patrimônio da Humanidade, líder da C40 — a rede mundial de cidades sustentáveis.

Todas essas qualidades contribuem para fazer do Rio a Cidade Maravilhosa. Mas o que o torna único é a sua gente. Os cariocas — de origem ou coração — são a melhor invenção do Rio há quatro séculos e meio. Alegres, descontraídos, acolhedores. Têm sempre um sorriso largo capaz de fazer qualquer um se sentir em casa, íntimo em pouco tempo. A carioquice — o nosso maior patrimônio — já nos rendeu o título de povo mais alegre e me faz o prefeito mais feliz do mundo. Hoje e sempre, obrigado e parabéns a todos os cariocas!

?Eduardo Paes é prefeito do Rio

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