Por bferreira

Rio - As recentes casos de sequestro-relâmpago e assaltos dentro de shoppings atropelam todas as estatísticas da segurança pública e impõem medo na população. Os ataques — que se somam aos arrastões nas vias expressas e nos trens — expõem lacunas no policiamento e evidenciam a resiliência dos criminosos, que se esmeram em explorar tais brechas. Mais um desafio ao governo do estado, que já tem problemas de sobra nessa área, como a resistência à pacificação e a afronta de chefões do tráfico.

Para quem sofre sequestro-relâmpago, fica sob a mira de arma num arrastão ou simplesmente acompanhou um desses casos, pouco importam curvas, tendências, índices ou queda na taxa de homicídios: perder a tranquilidade tritura quaisquer constatações. Sobressai apenas o pavor.

É evidente a impossibilidade de se policiar cada canto de todas as garagens de shoppings do Rio, assim como não há efetivo grande o suficiente para vigiar cada palmo de areia, cada quilômetro de via expressa ou cada composição de trem ou ônibus. O foco tem de ser, como sempre foi, na investigação.

Até porque o Rio felizmente está longe de ser um território sem lei e entregue ao crime, como acreditam alguns. As abordagens nos shoppings resultam de falhas pontuais, que devem ser corrigidas, e certamente cessarão quando a polícia identificar a quadrilha e descobrir suas táticas. O que não pode, no entanto, é não haver resposta aos ataques.

O combate ao crime é uma lenta e apertada partida de xadrez, com ambos os lados se ajustando à situação do momento. O Estado não pode recuar, depois de tanto o que se avançou.

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