Por thiago.antunes

Rio - O aniversário de 40 anos de fusão do antigo Estado do Rio com a única cidade-estado do país, o Estado da Guanabara ainda é motivo de polêmica no debate político e econômico no meio acadêmico e nos botequins da cidade.

Os saudosistas discípulos do Lacerdismo e militantes da antiga União Democrática Nacional – UDN – colocam sempre em discussão, as realizações e transformações ocorridas no antigo Estado da Guanabara quando Carlos Lacerda foi governador.

A cidade-estado do Lacerda considerada o lado rico não foi um oasis de desenvolvimento. A antiga Guanabara já vinha perdendo importância política e em queda na atividade econômica com a transferência da capital federal para Brasília.

O ex-governador fez realizações que marcaram seu estilo de governar. Fez obras importantes, como a construção da Adutora do Rio Gandu; Túnel Rebouças; alargamento da Praia de Copacabana, Parque do Flamengo e remoção de favelas, algo impensável nos dias de hoje como política de reurbanização da cidade.

Olhando a evolução política da fusão, o Rio avançou no espectro partidário e pelo lado do pensamento democrático. Lacerda conspirou contra Getúlio, apoiou o governo militar de 64, enfim o Estado do Rio não pode ser analisado comparando duas épocas distintas, o antes e o depois da fusão, mas pela composição da formação de suas atividades econômicas e de importância pelas suas adversidades políticas no contexto de decidir o destino do país em cada eleição presidencial.

A economia do Rio de Janeiro, hoje, destaca-se por participação relativa muito grande da cadeia petrolífera em detrimento dos outros setores da economia. O setor de extração e gás natural no valor adiciona bruto a preços correntes representa em média 30%. As indústrias estão indo para o interior como no Vale do Paraíba formando corredor de escoamento e de intercâmbio econômico com o estado de São Paulo. O Arco Metropolitano da autoestrada que liga Itaboraí a Itaguaí rompendo fronteiras da Baixada Fluminense marca o fim de um estado da Guanabara isolado dos outros municípios da Região Metropolitana.

A cidade do Rio de hoje governada por Eduardo Paes com investimentos previstos de R$ 35 bilhões em obras públicas, é muito maior do que a antiga cidade-estado da Guanabara porque está integrado a outros 91 municípios.

Portanto, cariocas e fluminenses, o Rio será muito maior se continuar sendo governado em todas as esferas do poder se houver parcerias entre o prefeito, governo estadual, federal e empresas privadas.

Wilson Diniz é economista e analista político

Você pode gostar