Rio - É uma medida tímida, talvez isolada, mas que pode significar o início de uma era de parcimônias e responsabilidades: a presidenta Dilma Rousseff editará semana que vem decreto que restringirá o uso de aviões da Força Aérea Brasileira (FAB) em deslocamentos particulares de seus ministros. Não se sabe se o corte chegará aos caciques do Legislativo. Mas não deixa de ser uma boa notícia — a despeito da ‘lista de compras’ para o Palácio do Planalto com itens no mínimo curiosos, como o refrigerante de cola de dois litros a R$ 6 e o sabonete antisséptico líquido de R$ 40 —, que poderia ensejar outras medidas do gênero.
A economia com o uso mais reservado dos aviões da FAB não tende a ser gigantesca, pois a esquadrilha continuará a serviço da Esplanada em todas as ‘missões oficiais’. Mas o veto ao voo particular à custa do Erário toca, ainda que sutilmente, na ‘boa vida’ atribuída a ministros de Estado.
É tempo de cautela, e todos precisam dar o exemplo. Prudente, portanto, verificar o que mais pode entrar nessa onda de austeridade. Milhões de brasileiros já estão ajustando seu orçamento doméstico à crise do crescimento pífio e inflação crescente. O governo não fará mal se aderir e cortar excessos.