Por felipe.martins

Rio - O governo estadual afirma que a solução para a segurança do Rio é a pacificação. Porém, o que temos visto é uma polícia truculenta, preparada para a guerra. Em 2013, nas manifestações legítimas pela redução das passagens de ônibus e pelo fim da corrupção, os protestos foram rechaçados pela tropa de choque de maneira implacável. Bombas, bastões e balas de borracha foram usadas com fartura, como na época da ditadura, para dizimar qualquer tipo de protesto contra o governo.

No comando do Choque estava o tenente-coronel Fábio Almeida de Souza, ex-oficial do Bope, que posteriormente foi flagrado em conversas via WhatsApp incitando a pancadaria da polícia contra a população, defendendo inclusive o emprego de armas de fogo. Como se não bastasse, o tenente-coronel ainda exaltava o nazismo e menosprezava companheiros de farda que não possuíam o curso dos ‘caveiras’.

A Polícia Militar, através desta visão combativa ensinada em seus bancos escolares, de enaltecimento da caveira e dos bastões do Choque, endurece o seu discurso cada vez mais. O processo de retomada de áreas dominadas pelo tráfico de drogas vem avançando, mas com um custo alto de vidas, tanto de marginais e policiais como de inocentes, principalmente crianças.

Essa política de combate sem fim transformou as UPPs em verdadeiros monstros. Apesar de terem pacificação no nome, as unidades viraram mera ocupação militar e policial. A insensatez e a insensibilidade do comando da corporação atingem frontalmente o processo de pacificação, cuja filosofia deveria se apoiar na confiança de todos os moradores.

Agora a promessa do governador Pezão é “entrar mais forte”, utilizando o Bope e o Choque, ou seja, insistindo na política ‘caveira’ de confronto. A falta de treinamento dos policiais e as condições de trabalho levam cada vez mais a política de pacificação ao fracasso. O investimento material e humano é apenas para as tropas chamadas de “especiais”, para incrementar o combate ao suposto inimigo.

Com isso, as UPPs hoje não passam de meras ocupações precárias, iguais às que já eram feitas pela Polícia Militar antes e não deram em resultado algum.

Ezequiel Teixeira é deputado federal pelo SD

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