Por bferreira

Rio - Esta semana gravei minha participação luxuosa no clipe de divulgação do Festival Samba in Rio, vitorioso projeto da vida toda de uma grande sambista, chamada Babi, que por acaso é a gostosona mulher do gostosão Arlindo Cruz. Quem colocaram ao meu lado na minha participação? A Deusa de Ébano, deslumbrante negra e atriz Cris Viana, dois metros de pura tentação, que quase me fez virar hétero. Aquilo não é uma mulher, é um carro alegórico abre-alas acoplado. Divina, dançamos e brincamos juntos. Tinha que cantar a trilha sonora, mas, como eu sou a criatura mais desafinada da face da Terra, apenas fiz a vedete, mímica da louca mascando chiclete, e ficamos combinados assim.

Já Cris soltou a voz e foi muito bem. Ela e Juliana Alves estarão comigo ao vivo saçaricando pela Apoteose nos dois dias de festival. Se temos Rock in Rio, nada mais justo que exista também o Samba in Rio. E o mais interessante é que Babi, empresária, retoma o conceito do matriarcado do samba, linhagem que vem desde a baiana Tia Ciata, que, na Pequena África, hoje Praça 11, em volta de seu fogão e feijão, recebia a fina flor do samba.

A mulherada bacana seguiu depois com Neuma, Zica, Dona Dodô, Surica, Célia de Mangueira da Amebrás e Dona Regina, do Salgueiro. Coloco também Rosa Magalhães e Márcia Lage, as carnavalescas, como parte deste bolo fabuloso.

Voltando à gravação do clipe. Quando chegou o Fundo de Quintal, foi explicado que esta montagem valorizará o glamour sambístico, tratando nossas estrelas com todos estes quiproquós que os astros internacionais, tipo Beyoncé e Madonna, exigem: toalhas brancas, água com gás das montanhas da Transilvânia na sétima lua da primavera etc e tal. Como eu vi a cara de espanto dos maravilhosos, falei sério: também virá uma massagista japonesa, especialista em haraquiris sexuais. Silêncio, todos me olhando sério, até a hora em que fiz pose de samurai e dei um grito que provocou uma explosão de palhaçadas.

O que é a voz de Alcione? Chegou nos tons vibrantes, olhou a letra, deu um ouvido na melodia, foi pro aquário de vidro e soltou a voz. Meu Deus, ela foi tocada pela varinha de condão. De primeira, a Marrom arrasou. E aí eu descobri uma nova profissão: o maquiador de som. Ele corta as frases de cada um, junta os pedacinhos, passa blush num, ajeita os cílios postiços de outro, dá um delineador aqui, e a cara do Frankenstein fica linda.

No quesito Velha Guarda, destaco Monarco e a Portela. Da Serrinha veio o Jongo e a cabeça branca de Tia Maria. Vocês sabem que eu reclamo quando não está bom, mas vou aplaudir a Prefeitura do Rio e a cervejaria que bancam este campeão de audiência.

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