Rio - Ataques com faca não são novidade na crônica policial fluminense, mas, por força de sequência de ações de forte repercussão, acabaram por gerar uma desproporcional sensação de insegurança. Infratores pobres e dependentes de crack empregam costumeiramente facas e instrumentos afins em seus crimes, uma vez que são itens de muito mais fácil obtenção que uma arma de fogo. Na mente deles o raciocínio é simples: o outro fez e se deu bem, eu copio.
Ressalte-se que esse sucesso é sensivelmente ajudado pelo discurso do governo e das ONGs que incitam o cidadão a não reagir, abaixar os olhos, não encarar. Isso só está produzindo baixas do lado da gente boa e honesta. Estamos nos acovardando cada vez mais, e eles estão cada vez mais ousados!
Como coibir tudo isso? Ah, é fácil, vamos criminalizar as facas! Como se já não bastasse ter de perder o canivete para as autoridades no aeroporto, em pouco tempo o cidadão poderá ser conduzido à delegacia para ter de explicar seu Vitorinox no bolso. Como ficará a vida do açougueiro, do feirante, do trabalhador rural? Pelo visto deverão faltar cadeias para alocar tantos escoteiros detidos em atitude suspeita.
Imaginem se os bandidos começarem a atacar com bilhas dentro de meias, como um mangual medieval? Vamos criminalizar as pilhas e as meias? Logo teremos um Estatuto do Desfaqueamento. A lista de itens que terão de ser proibidos é tão grande, quanto fértil é a imaginação daqueles que dedicam o seu tempo a pilhar a sociedade.
Precisamos, sim, atacar as leis permissivas e por vezes até estimuladoras, muitas das quais votadas em função de interesses ilegítimos. Sou favorável que proporcionemos aos cidadãos o necessário treinamento e os recursos para defender a si próprios e aos seus. Permitamos que as pessoas de bem saiam com facas ou punhais , proporcionemos-lhes instrução de combate e faremos com que os bandidinhos pensem duas vezes antes de atacar.
Só aqui no Brasil que temos de engolir a história de que a posse de armas de fogo não gera segurança. Aliás, só quem não pode ter segurança é o cidadão comum, pois as autoridades ou têm porte de arma ou escoltas muito bem armadas!
Vinicius Domingues Cavalcante é dir. da Assoc. Bras. de Profis. de Segurança