Por adriano.araujo

Rio - Tem provocado muito ruído a questão do ‘Parlacenter’, obra aprovada pela Câmara dos Deputados cujo orçamento bateria R$ 1 bilhão. No papel, trata-se de parceria público-privada para erguer novo prédio anexo para a Casa, prevendo gabinetes aos parlamentares e ampla garagem subterrânea. No pacote, porém, há espaço para aluguel de salas comerciais — daí o ‘Parlacenter’. O presidente da Casa, o peemedebista Eduardo Cunha, rechaçou a ideia de construir um shopping. Mas todo o projeto, se não é suspeito, é inadequado.

A estranheza começa logo na sua gênese: foi inserido numa medida provisória alheia ao tema, manobra conhecida como ‘contrabando’, cada vez mais comum num Congresso que tenta de todo modo impor suas vontades. Como justificar essa matéria numa MP que versa sobre importados?

O incoômodo aumenta quando se questionam a necessidade e a urgência da construção de um anexo tão caro no momento em que o próprio Congresso ratifica medidas de austeridade — necessárias para o país, mas dolorosas ao trabalhador.

Bem maior fariam os parlamentares se propusessem parcerias bilionárias para criar escolas ou hospitais. Bastaria olhar para a Alerj: apesar de tropeços, como dar auxílio-educação para magistrados, usa o próprio dinheiro para custear a compra de equipamentos que acabarão com a revista íntima nas prisões fluminenses. Não é pedir muito.

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