Rio - Sazonalmente, trechos do litoral fluminense são engolidos pelo mar. O fenômeno tem se intensificado nos últimos anos e vem causando mais estragos, sobretudo no norte do estado, como mostrado ontem pelo DIA. O Instituto Nacional de Pesquisas Hidroviárias mapeou o avanço das ondas e traçou plano para contê-las. No caso das praias de Atafona e Açu, a obra já está projetada e foi enviada para análise do Inea. Trata-se de erguer espigões e aterros, algo relativamente simples.
Todo esse processo deve servir de modelo para os próximos anos, uma vez que nem o Município do Rio estará livre da fúria das ressacas e do mar mais elevado. Em 2008, O DIA alertou: “Hoje, no Rio, 60 mil pessoas vivem em áreas que submergirão se o mar subir até 1,5 metro, o que pode acontecer até 2100.” E o fenômeno não castigaria apenas a faixa de areia: galerias pluviais e redes de esgoto sofreriam maior pressão, e manguezais da Zona Oeste e rios da Baixada seriam inundados.
Agir com proatividade é fundamental para tempos adversos. O Rio já sofreu com a seca e por pouco não precisou racionar água, transtorno que fatalmente baterá as portas neste inverno. Muitas vidas foram perdidas por causa de inação, como nas chuvas na Região Serrana em 2011. Ninguém quer viver outro pesadelo por causa do clima.