Por bferreira

Rio - Em qualquer cidade com vocação turística, o ‘wayfinding’ é fundamental. O sistema de placas, mapas, roteiros a pé e totens informativos aproxima o visitante das atrações, facilita seu planejamento e torna a experiência mais humana — sem falar que, ao incentivar caminhadas, incrementa o comércio. O Rio está implantando a sua sinalização, mas, como O DIA vem mostrando desde sábado, há muito o que aprimorar. Não são poucas as placas com erro de direção ou de cálculo. Também se observa alguma controvérsia no valor unitário dos mobiliários do contrato — R$ 27 mil, contra R$ 18 mil dos de Londres. E persiste a questão principal: o Rio pode fornecer a segurança necessária para flanadores?

Quanto aos erros de informação, lamentam-se possíveis deslizes ou cochilos, mas a correção não é nenhum grande entrave. A questão do custo, espera-se, talvez deva incluir esses ajustes — assim como a manutenção, sobretudo numa cidade com incômodo histórico de vandalismo.

Mas a segurança ao turista é o que mais detém, e a onda das facadas pouco influi nessa análise. Na madrugada de sexta-feira, a Linha Vermelha, principal corredor para quem chega de avião, foi fechada por causa de intenso tiroteio. No domingo, reportagem do DIA mostrou que a violência no entorno da Rodoviária Novo Rio — região ainda insalubre, apesar das melhorias na Zona Portuária — é o que mais incomoda viajantes. E estrangeiros, pela ingenuidade, são alvos fáceis de assaltantes.

O 'wayfinding' do Rio é um projeto bastante positivo para acabar esquecido por causa de erros ou ignorado devido à violência. Ainda há tempo para corrigir essas duas pontas.

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