Por felipe.martins

Rio - Mesmo cientes de suas limitações legislativas, definidas pela Constituição, deputados estaduais aprovaram ontem lei que ‘proíbe’ o porte de faca no estado. A despeito das intenções — que vieram no calor das reações a ataques recentemente relatados —, questiona-se sua eficácia.

A casa não tem autonomia para mandar prender ninguém, competência do Congresso; o que está a caminho de Pezão, a quem cabe sancionar ou vetar, é uma gambiarra que tão-somente retém suspeitos de carregar objetos perfurocortantes. Garante-se salvo-conduto a quem os usa para trabalhar.

O texto prevê levantar a ficha de quem for flagrado ‘armado’, com a apreensão da faca ou similar e pagamento de multa de até R$ 24 mil. Talvez intimide; resta saber se haverá como pegá-lo em ação. Que se tenha claro, porém, que facadas (ou canivetadas, ou peixeiradas) não são fenômeno recente e que supostamente recrudesceram não porque se descobriu aí uma mina de ouro. A Alerj deveria cobrar respostas também para o patrulhamento falho que permitiu a livre ação de bandidos e para o mercado negro (de bicicletas e celulares) que os motiva.

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