Por bferreira

Rio - Anedota conta que o médico afirma ser virose a doença que não pôde ou não quis especificar — trazendo à vida real, não são raros os casos em que o ‘diagnóstico genérico’ escondeu mal maior. Parece ser este o caso da Seleção de Dunga. Minutos após a eliminação para o Paraguai — a quarta partida pífia da equipe nesta mediana Copa América —, o técnico esclareceu que 15 de seus jogadores haviam contraído uma virose. O presidente da CBF, Marco Polo del Nero, optou por pôr toda a culpa do fiasco na competição em Thiago Silva — de fato, autor de lance infantil —, dando a crer que Dunga permanecerá no cargo.

É equívico afirmar ter havido alguma melhora na Seleção desde o cataclísmico 7 a 1, a despeito dos resultados favoráveis em amistosos. Na primeira competição oficial desde as duas sofridas derrotas na Copa (ainda houve o 3 a 0 para os holandeses), porém, viu-se o mesmo time refém de Neymar, sem criatividade e técnica — além de continuarem os chutões, dignos de um escrete acéfalo, agora se verifica a mediocridade nas cobranças de pênalti.

Se o 7 a 1 foi uma vergonha, o que dizer de uma inédita não classificação do país à Copa do Mundo da Rússia, em 2018, cujas Eliminatórias começam em setembro? O próprio Mundial do ano passado e a Copa América em curso dão indícios de que as seleções do continente estão se aprimorando. As chances de o Brasil — único a participar de todas as Copas — tropeçar e ficar fora são relevantes.

Há uma carência crônica de bons atletas, fruto do irresponsável êxodo de promessas, expatriadas cada vez mais cedo. E mantém-se firme a ‘filosofia do professor’, que rechaça qualquer mudança mais drástica na forma de jogar — e que se replica na estrutura da CBF. Se continuar assim, o Brasil, hoje já em queda livre, vai se espatifar no fundo do poço, de cujo breu talvez não saia nunca mais.

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