Por bferreira

Rio - Ainda na esteira da Lava Jato e dos desacertos operacionais, a Petrobras anunciou corte de um terço dos investimentos previstos no Plano de Negócios e Gestão até 2019. O enxugamento não ajuda o Comperj, outrora o anunciado grande polo petroquímico que transformaria Itaboraí e região. As mudanças impostas alteram substancialmente o perfil do empreendimento, agora em ajustes para se dedicar majoritariamente ao refino. Preocupa o fato de que a estatal depende de parceiros para terminar a obra, a despeito de o governador Pezão já estar trabalhando para eliminar essa pendência.

A Petrobras, porém, manifestou nessa revisão dar prioridade ao pré-sal, outro empreendimento vital para o Estado do Rio. A matemática é simples. Com os poços funcionando a pleno vapor, a produção do petróleo — que já se mostrou economicamente viável e atrativa — poderá injetar recursos fundamentais aos cofres fluminenses no médio prazo, seja no pagamento de royalties, ora minguados, ou de ICMS. Em um segundo momento, seria capaz de salvar o Comperj, como gestado inicialmente.

A recuperação da Petrobras, embora trabalhosa, é perfeitamente possível. Requer algum sacrifício e principalmente transparência. Tanto que o novo Plano de Negócios se diz mais “realista” e menos fantasioso — prevendo para 2020 a autossuficiência no país em petróleo. Basta seriedade, porém, para fazer a Petrobras avançar.

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