Rio - Cerca de 2,8 milhões de adultos morrem por ano em decorrência do excesso de peso no mundo, alerta a OMS. No Brasil, há uma guerra contra a obesidade. Pesquisa do Ministério da Saúde identificou que nos últimos nove anos houve estabilidade no número de obesos, que passou de 17,4% em 2012, para 17,9% em 2014. Mas, apesar da redução, o número de pessoas com sobrepeso aumentou para 52,5%, neste mesmo período.
Ainda que o país esteja se empenhando cada vez mais em campanhas que façam os brasileiros abrirem os olhos para a importância dos cuidados com a saúde, levantamento internacional informa que 12% dos brasileiros não reconhecem que alimentação não saudável contribui para mortes tanto quanto as guerras, o tabagismo, o consumo de álcool, a Aids ou a malária.
Dados preocupantes, pois indicam que ainda há pessoas que não compreendem que os males do excesso podem levar à morte. O que acaba revelando que ainda faltam à população informações sobre o assunto. Por isso é importante frisar que os quilos a mais são fatores de risco para doenças crônicas, como pressão arterial e diabetes, que respondem por 72% dos óbitos no Brasil, e que a obesidade é um dos principais colaboradores para a elevação de chances de surgimento de problemas circulatórios e cardíacos.
O corre-corre diário, estresse no trabalho e o desafio de equilibrar a vida profissional com a pessoal são alguns dos fatores que explicam o descaso com a saúde. Entre os executivos cariocas, por exemplo, levantamento do Centro de Medicina Nuclear da Guanabara com mais de 1.600 pessoas que realizaram check-up, no Rio, entre janeiro e dezembro de 2014, constatou que 62,5% apresentaram excesso de peso, dez pontos acima da média nacional, e nove a mais do que a estadual.
É preciso reforçar incansavelmente que o caminho para modificar esse cenário passa, principalmente, pela prevenção, que não pode se resumir apenas a campanhas educativas sobre alimentação saudável. Além do estresse, depressão e disfunção hormonal são outros fatores que podem interferir no peso das pessoas.
Por isso a importância de se ir regularmente ao médico, que é o único profissional que pode diagnosticar a causa da obesidade.
Eduardo Duarte é coord. do Centro de Med. Nucl. da Guanabara