Por bferreira

Rio - Pesquisas de opinião fotografam que metade da população está pessimista ou muito pessimista com relação ao futuro do país. “O Brasil está down, down”, como cantou a roqueira Rita Lee. A depressão se evidencia diante do índice de popularidade da presidenta, hoje em 10%. A queda da aprovação decorre da série de escândalos — desde o Mensalão, herdado de Lula, até a Lava Jato, na Petrobras — e já atinge os fiéis eleitores do lulopetismo beneficiados pelos programas compensatórios de renda, como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida, além do Fies, crédito para universitários.

Na amostra dos pesquisados, os retratos da saúde, da violência e das drogas são mais alarmantes. Os cortes no orçamento propostos por Joaquim Levy traçam cenário mais pessimista no momento em que o desemprego está em alta e as taxas da violência e do crime disparam. Os índices de homicídios dolosos caem no eixo Rio-São Paulo e se deslocam para o Nordeste. Maceió (AL), Campina Grande e João Pessoa (PB) estão hoje entre as 30 cidades mais violentas do mundo.

Na economia, com aumento do desemprego e queda real do poder de compra dos salários, os preços dos aluguéis despencam, e os investimentos em novos empreendimentos são adiados. A construção civil demite, num setor que tem efeito reprodutor de mão de obra semiqualificada, e caminha para o colapso com os cortes de Levy.

Na política monetária de restrição ao crédito para consumo — com juros no rotativo explodindo em 360% ao ano —, o consumidor entra em processo de falência. O consumo cai, derrubando investimentos, e a recessão vem a galope. Já se prevê PIB de -1,5%.

Dilma segue governando sem poder, acumulando derrotas no Congresso de Eduardo Cunha e Renan Calheiros, e à revelia da sociedade, cada vez mais vítima dos blefes e truques contábeis da presidenta para se reeleger.

O cenário é de recessão e de ingovernabilidade. Não há perspectivas com o atual arrocho monetário, ainda mais com a Selic batendo 15% , o que vai engordar os lucros dos bancos como forma de combater a inflação. Este é o quadro do Brasil do PT e de Dilma.

Wilson Diniz é economista e analista político

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