Rio - Redes sociais são um espelho da sociedade — ou ao menos um estrato dela — e guardam semelhanças com o que se passa fora dos computadores. Há embates, há dissonâncias, há brigas, há crimes. O ataque odioso contra a jornalista Maria Júlia Coutinho, cuja repercussão O DIA detalha hoje, prova a correlação entre o ambiente conectado e as ruas. Nessa via de mão dupla, deve prevalecer a justiça — e felizmente autoridades já estão se mobilizando para punir os autores dos comentários racistas.
Tão grave quanto o teor das mensagens foi o apoio inicial que os internautas que as postaram tiveram. Quando O DIA salvou a reprodução das telas com os insultos, contavam-se quase 800 curtidas em uma dúzia de coices verbais. Prova da estupidez e da intolerância de uns poucos.
Mas logo veio a onda em solidariedade, e volume infinitamente superior de mensagens elogiosas e de conforto soterrou a minoria racista. À noite, a jornalista agradeceu, disse ter convivido com ofensas há anos e garantiu não esmorecer.
O importante, porém, é fazer valer a via de mão dupla e cuidar para que ataques racistas e de intolerância sejam punidos também aqui fora.