Por felipe.martins

Rio -  Farinha pouca, meu pirão primeiro. O conhecido ditado popular parece ser o lema adotado por grandes empresas na hora de discutir a renovação dos acordos coletivos e a concessão de reajustes salariais a empregados. Com a crise econômica como justificativa, grandes grupos se recusam a dar aumento real ou sequer compensar a perda de poder de compra dos salários.

A estratégioa de dar abaixo da inflação pode, no entanto, ser um mau negócio para os próprios empresários. Afinal, reduzir o já combalido poder de compra dos trabalhadores num momento de crise econômica e queda de vendas e de produção pode gerar efeito danoso para as empresas, que dependem de colocar seus produtos no mercado.

Por isso, reduzir salários que é o que acontece de verdade quando os reajustes concedidos ficam abaixo da inflação, é uma prática que tende a agravar a situação. Com menos dinheiro, o trabalhador compra menos, o comércio vende menos e a indústria produz menos. É a lógica do mercado.

O caso é mais grave quando a recusa em repor a inflação ou dar aumentos reais parte de setores que acumularam grandes lucros nos últimos anos ou estão praticamente protegidos, quando não beneficiados pela crise, como o financeiro, cujos ganhos aumentam com a elevação dos juros.

É preciso portanto que os agentes econômicos assumam sua responsabilidade com seus empregados e com a sociedade. E devem fazer isso pensando em seus próprios negócios, pois o país precisa de investimentos e aumento das vendas e da produção para sair mais rápido da crise econômica.

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