Por adriano.araujo

Rio - O julho que ora avança pela última quinzena encerra, segundo as previsões dos institutos de meteorologia, o período de frio para valer deste inverno. Agosto e setembro, alertam os prognósticos, serão de temperaturas acima da média para a estação, e dentro do regime esperado de chuvas — já bem pequeno, cabe lembrar. Quadro que não ajuda os combalidos reservatórios do Estado do Rio, cuja média de volume útil caiu a menos da metade de um ano para cá, como O DIA mostrou na quinta-feira. O cenário se torna ainda mais delicado diante da constatação de que os fluminenses deixaram de economizar água, em comparação com o início do ano.

O alarme veio do Comitê da Bacia Hidrográfica do Médio Paraíba do Sul, que apurou os baixos níveis dos principais reservatórios da região — e de onde vem o grosso da água que abastece o Grande Rio. A vice-presidenta da entidade, Vera Lúcia Teixeira, antevê dias difíceis se o desperdício não for contido com seriedade no curto prazo.

A Secretaria Estadual do Ambiente, entretanto, refuta o tom alarmista e, com matemática própria, descarta o risco de racionamento. Fala em “adaptações de vazão”, “menor coleta por indústrias” e “economia de água”. Admitiu que o estado está passando por uma terrível estiagem.

Pelo sim, pelo não, o Rio de Janeiro mais uma vez indica não ter alcançado a mesma maturidade que São Paulo, onde a escassez é mais aguda e — exatamente por isso — mudou comportamentos. O relaxamento da população fluminense, em momento de seca, é um crime irremediável. Ainda faltam bons quatro meses, na previsão mais otimista, para a estação das chuvas. E nada garante que não se repita a estiagem registrada este ano. Logo, conscientizar e prevenir continua sendo a melhor alternativa, ou os tempos serão secos e tensos no estado.

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