Por bferreira

Rio - A catarata é responsável por quase metade dos casos de cegueira do mundo, segundo a Organização Mundial da Saúde, mas atualmente só existe uma forma de tratamento: a cirurgia. Nos próximos anos, no entanto, essa situação pode mudar: está sendo desenvolvido um colírio que pode tratar a doença.

Tratamento americano com colírio será mais simples. Testes em humanos levará em torno de dois anosABr

O problema tira a transparência do cristalino, uma lente que fica dentro do olho, causando uma perda progressiva da visão. O novo produto usaria o lanosterol, composto produzido naturalmente em nossos corpos, que seria capaz de curar a catarata. O colírio seria usado duas vezes ao dia, e a previsão é que esteja disponível em até cinco anos.

Pesquisadores da Universidade da Califórnia tiveram a ideia de usá-lo quando descobriram o caso de crianças que, por um problema genético, não produziam o lanosterol, e tiveram a doença. Seus pais, no entanto, produziam o composto normalmente, e não desenvolveram o problema.

Ao fazer testes em coelhos e cachorros, os cientistas detectaram uma mudança significativa. Eles ainda não sabem, no entanto, porque o lanosterol age dessa maneira. Os testes em humanos estão previstos para os próximos dois anos.

“Ainda não existe nada certo, mas parece que os dados são promissores”, avalia Dan Gaghi, diretor cirúrgico do Hospital Oftalmológico Santa Beatriz. O médico ressalta, no entanto, que o colírio ainda é uma aposta, e que precisam ser feitos testes em humanos.

“Hoje o único tratamento é o cirúrgico”, explica Dan. A cirurgia mais praticada é feita por um aparelho que retira o cristalino e o substitui por uma lente sintética. Recentemente, foi desenvolvido um método semelhante, que utiliza um laser. O tempo de recuperação é, em média, 15 dias.

“A maioria dos pacientes recupera 100% da visão”, garante o oftalmologista. O problema estaria naqueles que têm outras doenças, como diabetes ou glaucoma, que complicam o tratamento. A catarata pode ser causada por vários motivos, mas o principal deles é a idade, sendo mais comum a partir dos 60 anos.

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