Por bferreira

Rio - O governo petista protagoniza a maior recessão desde os anos 80, quando o Brasil, comandado por Delfim Neto, era monitorado pelo Fundo Monetário Internacional. FHC governou dois mandatos sob efeito dos impactos de quatro crises internacionais — México, em 1995; da Ásia, em 1997 e 1998; da Rússia, em 1998, e da Argentina e a das Torres Gêmeas, em 2001 —, mas não colocou o país em recessão nem em crise de governabilidade, como teorizam alguns discípulos ideólogos da corrente petista.

Há, sim, turbulências no mercado internacional, sobretudo com a queda do preço do barril do petróleo e com a retração chinesa. Mas nada disso justifica os desmandos de Dilma, frutos da incompetência em formar um bloco de coalizão entre partidos, lideranças empresariais e os presidentes do Congresso.

A crise política se propaga em cadeia por todas as atividades dos setores produtivos, gerando instabilidade nas decisões para investimento e minando a credibilidade do país junto a instituições internacionais.

O rebaixamento do Brasil, que perdeu o grau de investimento, pela agência de risco Standard and Poor’s — derrubando a reboque vários estados —, não surpreende. O Paraná foi o primeiro a sinalizar as fragilidades das finanças públicas. Em seguida, o Rio Grande do Sul, já em processo falimentar.

Dos estados rebaixados, o Rio, que depende do setor do petróleo, é o que mais sofre os efeitos da queda do preço do barril, que despencou de 100 para 46 dólares. E ainda tem o câmbio, que ontem fechou a R$ 3,81.

Minas depende da exportação de minério para a China e do crescimento da economia doméstica na construção civil, que está em profunda crise decorrente da paralisação das obras em infraestrutura do governo federal — o orçamento de 2016 prevê déficit de R$ 30 bilhões.

Para completar o quadro, nas outras cadeias do setor produtivo, os maiores bancos do país e a Petrobras também foram rebaixados. Diante deste cenário, onde os estados do Sudeste e do Sul do país representam quase 70% do PIB nacional, com projeção de queda de 3% neste ano, a conjuntura é de profunda crise de governabilidade e das finanças públicas.

Dilma quebrou os estados.

Wilson Diniz é economista e analista político

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