Por felipe.martins

Rio - O mundo está em mudanças, e os humanos precisam, todo o tempo, dar ‘F5’ na vida. A tecnologia da comunicação trouxe alterações importantes que influenciam práticas sociais novas, ainda que muitas estejam manchadas do velho. Vivemos o tempo do telespectador contemporâneo e da multiplicidade de social mídia.

Semana retrasada, o mundo viu os principais meios de comunicação fazendo download de um vídeo que mostra policiais forjando um auto de resistência. Uma pessoa, com um moderno computador pessoal, gravou, fez upload e divulgou uma notícia em segundos.

O mundo saiu do século passado há 15 anos. Em pouco tempo, as redes de televisão sentiram a mudança, pois o telespectador, que antes acompanhava passivo a programação, começava fazer sua própria. O download permitiu que as pessoas alterassem seu papel de ‘observador’, construindo uma grade adequada aos seus horários, gostos e variedade de canais, alterando ordem e organizações da tal ‘mídia televisiva’.

Mas isso não é tudo. O computador de mesa deu lugar a algo que se assemelha ao que, no passado recente, se chamava celular. Os profissionais da publicidade, surfando na onda das novas tecnologias, batizaram de ‘smartphone’. Trata-se agora do mais pessoal dos computadores pessoais que anda colado com você.

O aparelho permite que você navegue na internet, interaja nas redes sociais, envie mensagens com textos, voz, fotos e imagens e até grava e envia o vídeo da polícia forjando o auto de resistência. Verdade, você pode até falar, como em um celular, pela operadora que você contratou — ou usar Google, WhatsApp e Facebook, entre outras coisas. O streaming está em suas mãos.

De todas essas mudanças, o que chama atenção é o potencial do cidadão, principalmente da juventude. O que o Observatório de Favelas, via Escola de Comunicação Crítica, vem fazendo — assim como iniciativas como a Mídia Ninja e a experiência da Agência de Redes para Juventude — é ampliar essa potência.
Mais upload misturando a periferia ao centro e tirando o foco de quem tinha antes o poder das mensagens. Muita publicidade afirmativa para um mundo que supere as desigualdades e construa novos desejos. Vai vendo.

Eduardo Alves  é sociólogo e diretor do Observatório de Favelas


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